1ª Edição do curso Círculos de Justiça Restaurativa e de Construção de Paz
"Eu estou muito esperançoso para que os postulados da Justiça Restaurativa sejam disseminados em todo o Brasil, para que realmente podemos possamos ter uma cultura de paz." - Dr. Marcos Bandeira -Juiz de direito pelo Tribunal de Justiça da Bahia.
Nesta segunda-feira (28/09) iniciou a 1ª edição do Curso de Círculos de Justiça Restaurativa e de Construção de Paz, com duração de uma semana, na Escola da Ajuris. O curso tem como o objetivo criar diálogos que permitam a identificação e a compreensão das causas e necessidades subjacentes ao conflito e a busca da sua transformação.
A primeira edição deste curso contou com a participação de Juízes de Direito de outros estados do Brasil, como Tocantins, Paraíba, Mato Grosso e Bahia. As Facilitadoras Lenice Pons e Katiane Boschetti estão ministrando as aulas, além de atuar nos cursos desenvolvidos pelo Programa Justiça Restaurativa para o Século 21 do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, coordenado pelo Juiz de Direito Dr. Leoberto Brancher.
Sendo o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJ/RS) referência nacional na difusão da em Justiça Restaurativa, estudantes, pesquisadores e pofissionais de todo país buscam trocar experiências sobre o assunto, afim de replicá-las nas suas áreas de atuação (tribunais, promotorias, comundiades, organizações não-governamentais, faculdades e universidades etc...).
É o caso do Juiz de Direito Titular da Vara da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça da Bahia, Comarca de Itabuna, Marcos Antônio Bandeira:
Primeiro contato com a JR:
"Dividi uma mesa de palestras com o Dr. Leoberto no TJRS , ele estava falando de Justiça Restaurativa e eu sobre Justiça Consensualizada. A partir dali eu comecei a me interessar pelo assunto, ler muito sobre Justiça Restaurativa."
Objetivo em fazer o curso: "Eu vim aqui para aperfeiçoar e aprender melhor sobra as dinâmicas da Justiça Restaurativo na questão do trabalho do facilitador e transmitir essa formação para outras pessoas lá para a comarca onde eu trabalho." Assim como em algumas Comarcas do TJ-RS, o Tribunal de Justiça da Bahia possui uma Unidade Piloto em Itabuna, onde estão sendo implementadas práticas de Justiça Restaurativa.
Justiça Retributiva - Justiça Restaurativa
"A Justiça tradicional está dando sinais de esgotamento, o foco dela é na pena privativa de liberdade e mais outras penas alternativas que não surte o efeito pedagógico esperado... Eu vejo a justiça restaurativa como grande paradigma, algo novo que veio para ficar e para levar essa cultura de paz. Infelizmente a Justiça Tradicional tem como instrumento de contenção a violência, "punir por punir", e sabemos que essa prática não tem surtido efeito. O Brasil hoje é o quarto país em termos de população carcerária, e há uma previsão de que se a Justiça continuar como está, daqui há dez, quinze anos chegaremos a 1 milhão de presos", finalizou o juiz Marcos Bandeira, que também é membro da coordenadoria da infância e juventude do Tribunal de Justiça da Bahia, e que participou do curso juntamente com sua esposa, Rosana Bandeira, que é coordenadora pedagógica do CREAS MEDIDAS, responsável pela execução das medidas socioeducativas na Comarca de Itabuna.
Texto e fotos: Lars Erick Lederhos.