sexta-feira, 11 de novembro de 2011

RENASCENDO - POESIA

RENASCENDO


Ceres Marylise





Renasce em mim a vida lentamente,

e chega assim, de forma dadivosa,

a me ver caminhando novamente,

à luz desta cidade tão formosa.







Sinto outra vez o corpo povoar-se

de sensações há muito já vividas,

enquanto a noite avança solitária,

carregada de silêncio, adormecida.







O destino já não é uma desculpa,

senão a solidão em calmas águas

que me lembra um pesadelo triste,

soluçado no vazio das madrugadas.







Esta cidade é íntima e obscena,

me acaricia inteira e longamente,

me surpreende e tanto me provoca

a pele, o coração, as cicatrizes.







Volto meus olhos às cúpulas perdidas,

às lembranças que vejo em toda parte,

que recolheram um dia meus abraços,

hoje, marcas da lida em meu desgaste.

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