sábado, 27 de fevereiro de 2010

SONETO DA SEPARAÇÃO

Soneto da separação




De repente do riso fez-se o pranto

Silencioso e branco como a bruma

E das bocas unidas fez-se a espuma

E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama

E da paixão fez-se o pressentimento

E do momento imóvel fez-se o drama.



De repente, não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez amante

E de sozinho o que se fez contente.



Fez-se do amigo próximo o distante

Fez-se da vida uma aventura errante

De repente, não mais que de repente.



Vinícius de Moraes



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