sábado, 27 de fevereiro de 2010

POEMA DE VINICIUS DE MORAES - SONETO DO AMIGO

Soneto do amigo




Enfim, depois de tanto erro passado

Tantas retaliações, tanto perigo

Eis que ressurge noutro o velho amigo

Nunca perdido, sempre reencontrado.



É bom sentá-lo novamente ao lado

Com olhos que contêm o olhar antigo

Sempre comigo um pouco atribulado

E como sempre singular comigo.



Um bicho igual a mim, simples e humano

Sabendo se mover e comover

E a disfarçar com o meu próprio engano.



O amigo: um ser que a vida não explica

Que só se vai ao ver outro nascer

E o espelho de minha alma multiplica...



Vinicius de Moraes

Um comentário:

  1. Como é gostoso ouvir uma boa poesia. Elas são refletidas na alma.

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